segunda-feira, 28 de maio de 2007

Resumo: "Amor nos tempos de cólera"



por Karina Maia








Um romance de realismo fantástico que fala sobre um amor sem barreiras num cenário de uma pequena cidade do Caribe em fins do século XIX. O amor de dois jovens e suas cartas transbordando de emoção e lirismo são interrompidas pelos preconceitos e hipocrisias da sociedade da época. Florentino Ariza jura amor eterno a Fermina Paza e mesmo quando sua amada casa-se com Juvenal Urbino, sua jura persiste e espera 53 anos, 7 meses e 11 dias, quando seu rival morre, para ter seu amor em seus braços.


Florentino Ariza se relacona com diversas mulheres, mas nunca se envolve com nenhuma, para conservar-se livre para o momento que poderá ter seu verdadeiro amor. Constrói fortuna, mas não para si, sempre pensando no dia que conquistará o coração de Fermina Paza.


Um incrível e irresistível romance que trata do amor, da velhice e da morte. O sentimento que persiste em todas as fases da vida, que mesmo que esteja destinado a morte, se mantêm acesso enquanto a energia vital persistir. Com seu maravilhoso talento e seu estilo próprio de narração que insere o leitor num emaranhado de histórias sem nenhum tipo de sistematização, Gabriel Gárcia Marquez fala sobre o um amor que desabrocha quando mais nada se espera da vida e por isso mesmo torna-se tão intenso.



A capa do livro retrata muito bem a história. Um cupido, símbolo da paixão, sentimento que guia Florentino Ariza por toda a sua vida. E ao fundo, o rio com o navio e bandeira amarela do Cólera. Quando acabei de ler “Amor nos tempos de cólera” e olhei a capa do livro, toda a história passou em segundos por minha mente novamente.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Exploração ou Homenagem?

por Marcela Wolter




Em junho de 2006, os moradores de Aracataca, cidade onde nasceu Gabriel García Marquez, foram às urnas para votar numa eleição popular o projeto do prefeito da cidade, Pedro Sánchez, que propunha mudar o nome de Aracataca para Macondo, cidade fictícia de algumas de suas obras literárias, tais como "Folhas Mortas" e "Cem Anos de Solidão".


O projeto segundo seu idealizador tinha como objetivo homenagear em reverência ao prêmio Nobel de literatura, o principal talento "aracataquense" e também aumentar o turismo da região, fato que constatou após uma viagem pela Europa onde as pessoas com quem conversava não lhe perguntavam sobre as cidades mais importantes da Colômbia, mas sim por Macondo. Sua proposta motivou tanto partidários quanto opositores, que não concordavam em transformar o real em ficção e duvidavam dos bons interesses do prefeito, considerando que seus objetivos eram de um todo marketeiros.


No dia da votação, dos 22 mil habitantes da cidade apenas 3.592 "aracataquenses" votaram, e mesmo com maioria a favor, o projeto não pode se viabilizar por não ter o número mínimo de votantes, 7.600 pessoas segundo as leis colombianas.


Aracataca continua Aracataca e a proposta de mudança de nome mesmo tendo sido exploração ou homenagem não muda o fato de a cidade continuar sendo conhecida como Macondo no imaginário de todos que lêem Gabriel García Marquez.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

"Cem anos de Solidão" ganha edição comemorativa



Por Luciana Mendes


2007 promete. Para comemorar 40 anos do clássico "Cem anos de Solidão"- que já vendeu 50 milhões de cópias em mais de 30 idiomas, a editora Alfaguara lançou, em março deste ano, uma edição especialíssima do livro. Com 606 páginas, o "novo" livro ganhou um quadro genealógico da família Buendía e um glossário de 55 páginas que esclarece o significado de inúmeros termos utilizados pelo escritor. Além disso, o próprio Garcia Márquez fez pequenas mudanças gramaticais e estilísticas no texto. A edição conta, ainda, com crônicas e artigos sobre ele, escritos por vários amigos.

Com tantas novidades e em se tratando de Gárcia Márquez, a edição comemorativa só poderia ser mesmo um fenômeno de vendas: a editora havia planejado colocar 500 mil exemplares nas ruas, acabou imprimindo 650 mil e, no dia 29 de março, apenas 24 horas após o lançamento da edição, já se preparava para subir para um milhão de cópias. Para muitos, uma das principais - e mais agradáveis - novidades foi o preço do volume: 10,5 dólares cada, cerca de vinte reais.

Os brasileiros, entretanto, ainda terão que esperar mais um pouco para garantir a novidade. Tanto a Alfaguara quanto a Sudamericana, outra editora que também lançou a edição comemorativa, estão com as remessas previstas para o Brasil atrasadas. Os volumes deveriam ter chegado em maio, e as principais livrarias da cidade ainda não sabem informar sobre o assunto. Só nos resta, então, acompanhar e aguardar.




sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Deus do Macondo: um perfil mais detalhado de Gabo

Por Winston Manrique



Deveria chamar-se Olegário. Acabavam de tocar os sinos da missa das 9h quando os gritos da tia Francisca abriram espaço entre o ruído do aguaceiro enquanto corria pelo corredor: ''É homem! É homem! Corram que se afoga!'' E novos gritos envolveram a casa. Uma vez libertado do cordão umbilical enrolado no pescoço, as mulheres correram para batizar o menino com água benta. A primeira coisa que lhes veio à cabeça foi chamá-lo Gabriel, pelo pai, e José, por ser o patrono de Aracataca. Ninguém se lembrou do santo do dia. Do contrário, teria se chamado Olegário García Márquez.

Naquele domingo, 6 de março de 1927, Aracataca celebrou a chegada do primogênito de Luisa Santiaga e Gabriel Eligio. Mas na realidade para os ''cataqueiros'' tinha nascido o neto de Tranquilina Iguarán Cotes e do coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía - os avós maternos, com quem ele se criou até os 8 anos, em uma terra coberta de bananeiras sob o sol impiedoso do Caribe colombiano. Foi um menino num casarão de mulheres, amordaçado pelas crenças de além-túmulo da avó e as lembranças de guerras do avô - os anos das vivências que o tornaram universal em 1967, quando publica Cem Anos de Solidão. Apesar de ele acreditar que a história que não embotará seu nome no esquecimento é a de seus pais, recriada em O Amor nos Tempos do Cólera.

É a história real onde tudo começa. A dos felizes amores contrariados que há 80 anos transformaram Gabriel José García Márquez no primeiro de sete homens e quatro mulheres, e que daria vida a tantas coisas.

UM ESCRITOR: Foi sua avó quem lhe permitiu descobrir que ia ser escritor? ''Não, foi Kafka, que, em alemão, contava as coisas da mesma maneira que minha avó. Aos 17 anos, quando li A Metamorfose, descobri que ia ser escritor. Ao ver que Gregorio Samsa podia despertar certa manhã transformado num gigantesco inseto, disse a mim mesmo: 'Eu não sabia que era possível fazer isso. Mas se é assim, escrever me interessa'', contou o autor a Plinio Apuleyo Mendoza, em El Olor de la Guayaba.

UM JORNALISTA: Começou no diário El Universal de Cartagena de Índias em 1948, continuou no El Heraldo de Barranquilla e depois no El Espectador, de Bogotá. Ryszard Kapuscinski disse: ''Embora tenha uma enorme admiração por suas novelas, considero que a grandeza de García Márquez se baseia em suas reportagens. Suas novelas provêm de seus textos jornalísticos. É um clássico da reportagem com dimensões panorâmicas, que tenta mostrar e descrever os grandes campos da vida ou dos acontecimentos. Seu grande mérito consiste em demonstrar que a grande reportagem também é grande literatura''.

UM MUNDO: ''Essa vontade unificadora é a de edificar uma realidade fechada, um mundo autônomo cujas constantes procedem essencialmente do mundo da infância de García Márquez. Sua infância, sua família, Aracataca constituem o núcleo de experiências mais decisivo para sua vocação: esses demônios foram sua fonte primordial'', escreveu Mario Vargas Llosa em Historia de un Deicidio.

UMA LINGUAGEM: ''É como se a linguagem fosse feita para contar histórias, para mudar o mundo aterrorizante, para mergulhar o homem, sem que o perceba, nos vales confortáveis do sonho. Como se fosse um grande caleidoscópio que mostrasse a realidade dos cacos coloridos, mas organizados em encaixes vistosos, mágicos, cambiantes, multiplicados pelos espelhos enganosos'', explicou Ricardo Escavy Zamora, da Universidade de Murcia, no congresso Quinhentos Anos de Solidão.

UM ESTILO: Carlos Monsiváis considera que ''em seus livros clássicos se extrema uma certeza: graças à beleza do idioma - a perfeição de seu som, a sucessão de frases 'imelhoráveis' -, os fatos adquirem outro relevo, são relatos que, se não se dão com essas palavras, se transformam em algo diferente. Para García Márquez, escrever bem não é uma exibição de dons estilísticos; é acrescentar a noção épica do idioma às épicas existentes''.

MACONDO: O território literário onde transcorre grande parte de sua criação é citado pela primeira vez em 1955, em Monólogo de Isabel Fazendo Chover em Macondo. Mas sua fama chega em Cem Anos de Solidão: ''Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos''.

OS BUENDÍA: É a estirpe protagonista de sua obra mais famosa. ''Nenhum deles é vulgar. Levam pregada nos rostos a irremovível máscara da singularidade. E, talvez por causa de seu desempenho cênico, têm cravada no peito a lança da solidão. Ávidos e legendários, amam-se entre si quando a luxúria do vizinho não sacia seu desejo. São eles o princípio da lenda. ... Na bagagem de cada um, desde Úrsula até o último dos Buendía, concentram-se maravilhas, prodígios, milagres'', disse Nélida Piñon.

CEM ANOS DE SOLIDÃO: Depois de um ano e meio de escrita, sua primeira edição aparece em 30 de maio de 1967 pela editora argentina Sudamericana. ''Sua situação é paradoxal quanto à história de Macondo, que dura cem anos: atravessa todas as idades da Terra, desde o pré-histórico até o Apocalipse. História e mito se entrelaçam e o paradoxal se carrega de valor paradigmático'', esclareceu Marta L. Canfiel, da Universidade de Nápoles, no congresso Quinhentos Anos de Solidão.

INOVADOR:
A conquista de novos territórios literários é resumida por Carlos Fuentes: ''Não só reunia em um feixe as grandes tradições da literatura hispano-americana - mito de fundação, épica de destruição, história de recriação - como, magistralmente, generosamente, demonstrava a compatibilidade dos gêneros de uma época de seca literária determinada pela ditadura do 'nouveau roman' francês, empenhado em transformar a literatura em deserto''.

UNIVERSALIZAÇÃO DO BOOM: ''A novela hispano-americana não saiu realmente para o mundo até depois da segunda metade da década de 60, a partir do triunfo escandalosamente sem precedentes de Cem Anos de Solidão'', lembra José Donoso em História Pessoal do Boom.

REALISMO MÁGICO: Apesar de terem lhe chamado de pai do realismo mágico, a verdade é esclarecida por Piedad Bonnett: ''O que acabava de fazer - valer-se do mítico e mágico para conseguir uma visão popular dos fatos - equivalia a levar às últimas conseqüências o postulado de Carpentier, que no prólogo de sua novela O Reino deste Mundo (1949) havia perguntado, de forma retórica: 'Mas o que é a história da América toda, senão uma crônica do real maravilhoso?'''

CRIAÇÃO: Vendeu cerca de 40 milhões de exemplares em mais de 30 idiomas.

Novelas: La Hojarasca - 1955; Ninguém Escreve ao Coronel - 1957; A Má Hora -1961; Cem Anos de Solidão - 1967; O Outono do Patriarca - 1975; Crônica de uma Morte Anunciada - 1981; O Amor nos Tempos do Cólera - 1985; O General em seu Labirinto - 1989; Do Amor e outros Demônios - 1994; Memórias de Minhas Putas Tristes - 2004.

Grandes reportagens: Relato de um Náufrago'' - 1970; Notícia de um Seqüestro - 1996; Obra Jornalística Completa - 1999. Primeiro tomo de suas memórias: Viver para Contar - 2002.

Contos: Olhos de Cão Azul - 1955; Os Funerais da Mamãe Grande - 1962; A Irresistível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada - 1972; Doze Contos Peregrinos - 1992.

O QUE GOSTARIA DE TER SIDO:
Gabriel García Márquez, o soube há muitos anos em Zurique, quando uma tempestade de neve o levou a um bar, segundo conta Eligio García Márquez em uma reportagem. ''Tudo estava na penumbra, um homem tocava piano na sombra e os poucos clientes que havia eram casais de namorados. Nessa tarde soube que se não fosse escritor gostaria de ser o homem que tocava o piano sem que ninguém visse seu rosto, só para que os namorados se quisessem mais.''



Fonte

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Eric Nepomuceno. Amigo e grande tradutor das obras de Gabo.





De Havaianas brancas, jeans e camiseta tipo Hering azul, Eric Nepomuceno recebe a reportagem em sua casa de três andares no Jd. Botânico, no Rio. Aos 57 anos, ele acende um cigarro Charm atrás do outro. "Só posso fumar do meu maço porque aí consigo fazer um controle de quanto fumo por dia. Ordens médicas", explica, ajeitando um cinzeiro na mesa da varanda enfeitada por plantas.

Uma visita anterior ao seu escritório, no primeiro andar, com livros e jornais amontoados pelo chão e nas estantes, mostram uma flâmula do Fluminense, um exemplar de "Notícia de um Seqüestro" e páginas de "O General em seu Labirinto", ambos de Gabriel Gárcia Márquez, com anotações do próprio. Eric mesmo admite: é mais conhecido como tradutor de Gabo, o colombiano Prêmio Nobel de Literatura em 1982, do que como escritor. Ele afirma só traduzir os autores de que gosta, geralmente amigos.

"Não sou tradutor, não vivo disso; sou escritor. Cheguei a um ponto da vida em que consigo diferenciar o que é bom e o que eu gosto. Às vezes, coincide. Eu faço a escrita alimentícia, aquilo que a gente escreve para comer, e também a escrita por prazer", reconhece. "A essa altura, não tenho mais vontade de traduzir porra nenhuma, mas meus amigos continuam escrevendo..."

Ele e Gabo se conhecem desde 1978, quando se encontraram em Cuba. Eric foi morar no México, lar também do colombiano, e os dois se tornaram íntimos. "Eu e o Gabo sempre bebemos juntos, mas ele nunca fica bêbado. Uma única vez na vida a gente sentou pra beber mesmo, na casa dele. Ele tinha acabado de ganhar o Prêmio Nobel. Então nos reunimos eu, ele e o Jorge Castañeda [escritor mexicano] e assaltamos o depósito secreto de champanhe da mulher dele. Era um estoque que valia o preço de um Nobel!", diverte-se.

O tradutor conta que raramente procurou o autor, apesar da amizade, para falar de tradução, e que não conversou com Gabo durante a tradução de "Memória de Minhas Putas Tristes" (ed. Record, R$ 24,90, 128 págs.), na lista de best-sellers desde o ano passado.
"Ele só me pediu dois favores: faça uma boa tradução e não me consulte para nada. Se você só traduz por afeto, a responsabilidade é muito maior. Eu lia trechos e lembrava de conversas de 15 anos atrás com o Gabo, e ficava vendo como ele remói coisas antigas. O escritor escreve sempre o mesmo livro, como ele mesmo diz."

Pelo mundo Eric é assíduo "freqüentador" da América Latina há 42 anos. A jornada começou graças a seu pai, físico, que sempre ia ao Uruguai a trabalho. "Quando eu tinha 16 anos, ele me levou a Montevidéu, e eu me encantei", lembra. "Tinha morado na Alemanha e na França na infância, mas não fazia idéia do que era o nosso continente. Hoje, posso sonhar em espanhol, namorar, até brigar."

Morou também na Argentina, onde começou a escrever --seus três primeiros livros foram publicados em espanhol. "Para impressionar as moças, eu dizia que perseguia a democracia. Mentira, deixa o [Fernando] Gabeira contar essa história. Eu fui para Buenos Aires mesmo, em 1973, atrás do [Astor] Piazzola (músico argentino). Acabei ficando amigo dele."

Para que os amigos brasileiros pudessem ler o que estava descobrindo, começou a traduzir os amigos latino-americanos. "Traduzir é um meio de compartilhar todo esse mundo", diz. "Mas nunca acho que sou o escritor da obra que estou traduzindo. A tradução é uma releitura, embora o texto em português seja meu."

A mulher, Marta --que ele chama de "minha namorada há 35 anos e 29 dias"--, já discordou dessa tese. "Muitas vezes, Marta acordava às três da manhã, impressionada com a beleza do 'meu' texto --parecia que era eu quem estava escrevendo, e não o Gabo, que tinha feito uma sinfonia de câmera, algo emocionante."
O único filho do casal, Felipe, 30, documentarista, também ficou encantado com o gênio colombiano --mas por motivos, digamos, menos nobres. "Em 1996, eu estava em Madri e encontrei o Felipe, que há oito meses viajava pelo mundo. O Gabo estava em Barcelona e veio nos encontrar. Ele nos levou a um restaurante caríssimo, não é lugar para escritor iniciante--, e comemos um banquete enlouquecedor. Gabo dizia que não existia maior prazer que ver um jovem artista comer bem. Ele se referia ao meu filho, que tinha então 20 e poucos anos."

Há 23 anos de volta ao Brasil, Eric adotou uma rotina bem light: segunda, terça e quarta fica no Rio e, na quinta de manhã, sobe para sua casa em Petrópolis. Gosta de brincar que é cozinheiro, cita seu hobby, escrever, e diz que não consegue mais ler alguns de seus próprios contos em português. "O [Eduardo] Galeano (escritor uruguaio) traduziu alguns que eu gosto mais em espanhol do que no original. Talvez porque tenham sido vividos em espanhol", acredita.

Mas foi por Gabo que Eric fez algo que nunca tinha feito: ligar para uma editora e pedir para traduzir um conto. "Quando o Gabo acabou de escrever 'O Rastro do Teu Sangue na Neve', eu fui fazer uma feijoada na casa dele, e ele estava tristíssimo, ninguém entendia. Dias depois, ele me deu o conto para ler, e era belíssimo. Na hora, quis traduzi-lo."

Eric lembra já ter dito a Gabo que suas obras o emocionaram a ponto de inspirá-lo a escrever. "Sabe, aquela conversa de velhos viados", brinca. "Sou da geração de 48. Existe uma enorme diferença entre fazer amor e se masturbar. Fazendo amor você corre riscos, pode se apaixonar, pode se machucar, pode nunca mais voltar ao normal. Qualquer coisa que eu leia e não mexa o chão embaixo do meu pé não valeu a pena ter sido escrito."



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